O Laboratório Colaborativo para o Trabalho, Emprego e Proteção Social mobiliza recursos da academia, empresas, administração pública e organizações da economia social e solidária com vista ao aprofundamento do conhecimento de problemas presentes e antecipáveis em torno de três eixos de atividade: a) trabalho e emprego; b) proteção social; c) economia social e solidária.

O trabalho, o emprego e a proteção social foram politicamente concebidos no pós-guerra no quadro de políticas económicas orientadas para o pleno emprego e políticas sociais baseadas na mutualização (com garantia pública) da proteção de riscos associados ao desemprego, à doença e ao envelhecimento.

Hoje, a complementaridade entre trabalho, emprego e proteção social, tal como a conhecemos, parece estar em risco. Num contexto de acrescidas mudanças económicas, tecnológicas, demográficas, e de acentuação da integração económica e financeira internacional, as vulnerabilidades concomitantes dos regimes de emprego e de proteção social, com a decorrente recomposição das desigualdades e o surgimento de novos riscos societais, configuram o problema que motiva e justifica a criação do CoLABOR.

São objetivos do CoLABOR:

  • Mobilizar e expandir o conhecimento, hoje disperso em organizações de diferente natureza, para conceber respostas de política (pública e organizacional) aos problemas presentes e emergentes nos domínios do trabalho, do emprego e da proteção social;
  • Capacitar a administração pública, as empresas e as organizações da economia social e solidária, reforçando instrumentos de análise e intervenção, de antecipação de mudanças tecnológicas e socioeconómicas e de apoio à tomada de decisão, no plano micro – sobre reconfigurações tecnológicas, modos de gestão e organização – e no plano macro – sobre as instituições que enquadram a adoção de novas tecnologias, as relações laborais, bem como as que regulam a proteção social;
  • Qualificar o emprego mediante a formação de quadros e a criação de emprego científico, diretamente, nas atividades do CoLABOR e indiretamente nas organizações em que o CoLABOR seja chamado a intervir.

3 EIXOS DE INVESTIGAÇÃO

TRABALHO E EMPREGO

TRABALHO E EMPREGO

A transformação sectorial do emprego, as mudanças na organização e prestação do trabalho e a progressiva automação, nomeadamente da produção industrial e da prestação de serviços, desafiam o atual quadro regulador do trabalho, quer nas dimensões das relações individuais de trabalho, quer no domínio da ação coletiva. A investigação sobre o futuro do trabalho deve ser enquadrada numa análise profunda sobre as diferentes realidades da sua prestação e organização presente, bem como do seu quadro regulador, numa perspetiva de garantia dos direitos e de sustentabilidade da atividade económica. Resultados esperados das atividades deste eixo de investigação são propostas de reconfiguração organizacional e propostas de ação quer do Estado, quer dos parceiros sociais, no âmbito do diálogo social e da contratação coletiva, que contribuam para um quadro normativo onde o trabalho seja dignificado e onde a concorrência de mercado entre diferentes agentes económicos seja saudável.

PROTEÇÃO SOCIAL

PROTEÇÃO SOCIAL

A eficácia de um sistema de proteção social avalia-se pela forma como garante compromissos assumidos, mas, também, pela sua capacidade de assegurar a equidade entre gerações, assim como a solidariedade ao longo do ciclo de vida e entre grupos sociais com diferentes condições perante o trabalho e níveis de rendimento e, não menos importante, pelo significativo papel que o sistema desempenha na própria legitimação política dos regimes democráticos. Este entendimento abrangente das funções e do papel político, económico e social da proteção social implica um enfoque analítico que articule a análise da sustentabilidade financeira do regime previdencial, da protecção social e dos seus prestadores com preocupações com a adequação das respostas a riscos sociais que, ao longo do tempo, se alteraram.

ECONOMIA SOCIAL E SOLIDÁRIA

ECONOMIA SOCIAL E SOLIDÁRIA

Em Portugal coexistem tradições diversas de associativismo que confluem na atual definição da economia social, nomeadamente as que derivam das instituições de solidariedade social, das misericórdias, do cooperativismo e do mutualismo; que têm como traço comum a prestação de serviços sociais, o desenvolvimento de alternativas à produção mercantil e a promoção do bem-estar. A investigação deve ajudar à consolidação do setor e à formulação de políticas públicas que reforcem a transparência da relação entre parceiros, corrijam assimetrias socio-territoriais da rede de serviços sociais, melhorem os modelos de governança das instituições, promovam a eficiência do uso dos recursos, aumentem a eficácia da ação das instituições, garantam o aperfeiçoamento das respostas a novos riscos sociais e aumentem o impacto deste setor na promoção de bem-estar.